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Teorias

A Maria Papoila é a típica portuguesa, que tal como todos os bons portugueses tem sempre uma teoria acerca de tudo e de todos e não vê mal algum em impingir as suas opiniões aos mais desprevenidos...

sexta-feira, julho 29, 2005

Portugal em 1º lugar...

...no número de apostas no Euromilhões!
Isto faz-me pensar na realidade do nosso país.
Estamos todos assim tão pobres que nos agarramos com tanta força a um sonho impossível?
Hoje, como todos os dias, fecham fábricas no nosso país e amanhã mais fecharão. Para onde nos dirigimos? Com que futuro podemos sonhar? Com os 113 milhões do prémio?
Se temos uma tão grande capacidade de sonhar, porque não fazemos a nossa própria sorte e sonhamos com coisas realizáveis levando esses projectos para a frente? É uma questão de preguiça, talvez. Ás vezes parece-me que o país inteiro só espera facilidades e isso, lamento informar, é impossível no estado em que nos encontramos todos.
Na semana passada houve quem apostasse 100.000 (sim, cem mil euros) no Euromilhões. Essa pessoa, que por certo tem muito dinheiro, podia ter investido essa quantia na criação de empregos ou na ajuda a alguma instituição de caridade, mas preferiu ser um bom egoísta português e tentar ser ainda mais rico sozinho.
Uma sugestão: que tal começarmos a acreditar em nós próprios?
Auto-estima colectiva é aquilo que mais falta em Portugal. Os espanhóis acham-se os maiores, os americanos ainda mais e nós derrotamos todos os dias tudo aquilo que é nosso. Vamos apostar! Em nós...

quarta-feira, julho 27, 2005

Papoila


A Papoila tem andado escondida no seu casulo... Ás vezes é preciso recolhimento para que possamos renascer.

sexta-feira, julho 22, 2005

Aborto

A questão do aborto em Portugal está constantemente a ser suscitada, mas o que me parece é que já deixou há muito de ser uma questão de justiça ou de direito e passou a ser uma questão política, em que os políticos pegam de cada vez que lhes interessa causar qualquer tipo de agitação necessária no momento. Sou contra o referendo. Se elegemos os senhores deputados foi para que nos representem e aprovar uma nova lei do aborto é o seu dever.
Aposto que mais um referendo será mais um fracasso e arriscamos a ver a lei mais uma vez por alterar.
Para que determinada questão mereça tratamento no Código Penal, precisa de possuir dignidade e necessidade penal. Ora, é evidente que a questão do aborto tem dignidade penal, mas existirá verdadeira necessidade penal? A lei existe e é penalizadora, mas não impede ninguém de fazer um aborto, pelo que a lei não parece ser necessária, porque na maioria das vezes nem sequer é aplicada! Lamentavelmente ainda existem alguns casos em que as mulheres têm de passar pela vergonha de um julgamento, depois de terem passado pelo trauma de um aborto.
Não sou a favor do aborto, julgo que seria incapaz de o fazer.
Sou a favor da legalização do aborto dentro dos termos que têm sido apresentados, para que deixem de morrer mulheres, para que deixem de julgar mulheres, para que deixem de humilhar mulheres.
Quando a justiça descobre que uma mulher praticou um aborto, essa mulher vai a tribunal, mas o homem que lhe fez o filho indesejado fica sentado no sofá porque "não é nada com ele".
Esta alteração da lei é uma questão de justiça entre as próprias mulheres, já que se formos afortunadas, iremos fazer um aborto a Londres ou a Badajoz, mas se formos operárias de uma fábrica ou mulheres da limpeza, vamos fazê-lo no vão da escada, sem condições e com perigo da própria vida! Injusto, não?
Sou católica e isto é o que eu penso.

quarta-feira, julho 20, 2005

O IRS dos Sacerdotes

Em 2004 o Estado Português e a Santa Sé assinaram uma nova concordata, que entre outras coisas veio alterar o regime fiscal dos sacerdotes.
Passo a explicar: antes, os sacerdotes não pagavam IRS sobre o ordenado que recebiam pelo exercício do seu ministério, e isto quer dizer que não só estavam isentos de declarar o rendimento que a diocese lhes pagava, como também os ordenados que recebiam por leccionar a disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica nas escolas.
Assim, se eu fosse professora de Educação Moral tinha de declarar o meu ordenado como professora para efeitos de IRS, enquanto que se um meu colega que leccionasse a mesma disciplina fosse padre, não teria que pagar imposto sobre esses rendimentos, exactamente da mesma natureza que os meus!!
A nova concordata veio alterar esta situação, mas muitas ficaram por rever e os sacerdotes são mesmo das pessoas mais isentas de impostos do nosso país!
Para além de na maioria dos casos não pagarem IMI (a ex-contribuição autárquica) das casas onde moram, também não pagam qualquer tipo de imposto sobre o estipêndio das Missas! Corrijam-me se estiver errada: se encomendarmos uma missa, estamos a contratar um serviço que vai ser prestado por um sacerdote, ora isso não será uma verdadeira prestação de serviços? Quantos de nós chegam ao fim do ano e para além de preencher a declaração de IRS com os ordenados auferidos por trabalho dependente ainda têm de lá por o valor ganho em sede de recibos verdes? Pois ainda não é desta que o comum mortal alcança estatuto de igualdade com os sacerdotes da Igreja Católica... AMÉN.

segunda-feira, julho 18, 2005

Eutanásia

“Se a saúde de um corpo já não assegura o bem-estar da vida que nele vive, outros direitos deverão ser considerados, sob pena de o direito à vida se transformar em dever de sofrimento, em sadismo.”
Quero falar aqui de uma amiga. Essa amiga chama-se Lídia e já a conheço há alguns anos. Apesar de não ter tido uma vida fácil e de já ter ultrapassado a barreira dos 60 tinha sempre energia para tudo: para conduzir para todo o lado, para idealizar e montar negócios, para receber em sua casa, para redecorar a casa, para viver!
A minha amiga teve há alguns meses um derrame cerebral que a deixou presa a uma cama, sem falar, sem se mexer, sem sequer abrir os olhos. Ela, que foi toda a vida independente, depende agora de estranhos, num lar, para comer (através de sondas), para tomar banho, para tudo!
Fui vê-la e pareceu-me que sofria. Depois de saber que ainda por cima sofre de cancro na tiróide em fase terminal, tive a certeza de que sofre.
Naquela cama eu já não vi a minha amiga: o cabelo branco, outrora sempre arranjado e loiro, a falta de maquilhagem que estava sempre presente e um rosto sem expressão.
Se alguém achar que sou demasiado crua no que digo, peço desculpa, mas não descrevo nada para além da realidade, e a realidade é que esta situação pode acontecer a qualquer um de nós.
Vi na TV que um português deixa em testamento que se algum dia se encontrar numa situação destas quer optar pela eutanásia. Pergunto eu: sendo a eutanásia proibida em Portugal, quem é que vai arriscar ir parar à prisão para satisfazer o último desejo deste português que planeia morrer com dignidade?
A eutanásia é permitida por lei em alguns dos países mais evoluídos do planeta e acho que a médio prazo esta situação deve ser discutida em Portugal (apesar de contarmos já com a oposição/lobbie da igreja).
Se um dia eu estiver numa situação destas, também quero recorrer à eutanásia, mas como?
Quanto à minha amiga, desejo que o melhor aconteça depressa. Eu vou sempre pensar numa Lídia cheia de vida.

Já agora, vejam:
http://www.diaulas.com.br/artigos/eutanasia.asp

sexta-feira, julho 15, 2005

Comida e obesidade

Hoje estive a almoçar na praia. Não digo isto para fazer inveja, porque os exames ainda não acabaram e nem tempo tenho para escrever uns posts.
Na praia, mesmo que não sejamos voyeurs, salta à vista a quantidade de gordura que se passeia por aí. Se gordura é formosura eu não discuto, mas que gordura não é saúde isso é bem verdade!
É com pena que ano após ano verifico que os portugueses estão cada vez mais gordos, logo, cada vez menos saudáveis! Se não conseguirem verificar isto a olho nú, façam uma pesquisa na net e vejam os estudos sobre o assunto!!
É lógico que isto tem uma explicação comum a quase todos os casos de obesidade: os portugueses já não sabem comer! Deixamo-nos invadir pela comida plástica e esquecemos as caldeiradas de peixe ou de cabrito, as açordas, o arroz de feijão, as feijoadas, tudo isto exemplos propositados de comidinhas substanciais que , por mais que se comam nunca engordam tanto como um hamburguer cheio de molhos feitos sabe-se lá de quê!
Porquê que deixámos de cozinhar em casa tantas vezes como de costume? A resposta não está só na falta de tempo, mas também na preguiça. Meus amigos, se para além de comermos uma pizza de take away, ainda por cima nos sentamos de seguida em frente à TV, o coração não vai gostar e depois não se queixem!
Não é assim tão difícil fazer um estufado: basta meter tudo na panela e deixar cozinhar!!
Já se deu conta que eu tenho a mania da comida saudável, mas também gosto de comer o meu gelado e uns bolos (frequentemente), no entanto se comermos boa comida portuguesa, já podemos fazer essas asneiras (hamburguer seguido de gelado é que não!).
Ninguém “precisa de passar fome” para ter saúde, basta fazer as escolhas certas.
É que depois de engordar, é muito mais difícil voltar à forma!
Últimas recomendações (se é que alguém me liga): façam exercício todos os dias (bastam 30 minutos de caminhada), pensem bem antes de comer porcarias e comam coisas o mais naturais possível, já que ninguém nos garante que os aditivos alimentares não nos vão fazer mal a alguma coisa!

quinta-feira, julho 07, 2005

Londres

A Maria Papoila esteve em Londres no início do ano e adorou a cidade(apesar do frio).
Acabei de saber dos diversos atentados ocorridos esta manhã em Londres.
Assistimos mais uma vez a este novo tipo de guerra:o terrorismo.
Como combater o terrorismo? Este tipo de terrorismo é diferente daquele a que nos habituaram a ETA ou o IRA, já que estas organizações costumam avisar minutos antes dos atentados para que as polícias tentem uma intervenção rápida. Comparando (se é que se podem comparar "tipos" de terrorismo) este novo tipo de terrorismo não tem nenhuma causa completamente definida (o Islão contra o resto do mundo?)e visa apenas causar o maior número de mortos possível, para além de uma enorme cobertura mediática.
Ouvi um cidadão britânico que esteve num dos comboios atacados dizer que a única coisa que podia sentir por quem tinha realizado estes atentados era pena: estes britânicos!
Eu sinto raiva. Não sinto medo e nenhum de nós deve sentir medo, porque sentir medo é dar a vitória ao terrorismo. A humanidade tem de ser mais forte e mais uma vez, adaptar-se ás novas circunstâncias: apesar de neste momento as bolsas cairem e o petróleo subir, o mundo há-de encontrar uma saída.
Agora, os ingleses, os americanos, todos os poderosos deste mundo, devem começar por olhar para si próprios e analisar se vale a pena quererem ser os donos do mundo.
Quanto a nós cidadãos da Terra, resta-nos viver cada dia melhor que o outro e tentar em cada momento dar o nosso melhor ao nosso mundo, porque quer queiram quer não, podemos fazer a diferença.

terça-feira, julho 05, 2005

Benfica


A Maria Papoila também tem a sua teoria sobre futebol.
Tenho ouvido os dirigentes do Benfica queixarem-se de que estão de alguma forma a ser sabotados, tanto a nível de imagem como a nível de resultados,entre outros casos,considerados pelos tais dirigentes como obscuros.
Dei-me conta de que os dirigentes deste clube centenário andam a tentar passar a ideia de que o mundo está contra o Benfica. Parece-me bem: criam nos adeptos, e mais importante, no jogadores, a sensação de que existe um inimigo e que ele anda por aí a tentar acabar com o clube! É claro que isto pode ser um rastilho para acender uma vontade avassaladora de ganhar e fazer com que a mentalidade dos seus jogadores fique "programada" para vencer a todo o custo! Boa táctica. Se não me engano,é a chamada táctica Pinto da Costa, e resulta (já deu resultados!).O facto de o mundo estar todo contra nós e de existir um inimigo comum pode ser um bom incentivo.Até aqui, percebi tudo.
Agora, há uma coisa que eu não percebo: se somos menos de 10 milhões e segundo os benfiquistas, há pelo menos 6 milhões de adeptos da àguia, quem será o inimigo? Os espanhóis? Melhor ainda:o Chelsea? o Milan? Quem? Digam-me quem! Parece que a táctica não tem boas perspectivas de sucesso...

sábado, julho 02, 2005

Para que ninguém esqueça



Para matar saudades

sexta-feira, julho 01, 2005

Douro

A Maria Papoila tem andado arredada do blog e das teorias porque a vidinha tem dado que fazer...
Estive a ver um post no blog da minha amiga carmuue e não posso deixar de falar aqui no Douro. Só há relativamente pouco tempo tive noção do quanto preciso de um pouco de Douro de vez em quando para me recarregar energias e limpar o espírito!
Ontem fiz a viagem Régua- Porto de comboio e dei comigo a pensar que preciso daquela terra (tipo Scarlett do " E Tudo o Vento Levou").
"Será do Rio Douro?" - pensei eu.
"Humm... no Porto moras mesmo frente ao rio e o efeito não é o mesmo..." -Disseram-me os meus botões.
Então porque será?
Talvez seja pela mesma razão que os turistas que por lá passam pensam sempre em voltar:
as cores dos vinhedos (fantásticas nesta altura, mas ainda melhores no Outono), a luz, a paz(longe das cidadezinhas), aquela natureza agreste e montanhosa que inesperadamente e abruptamente nos acalma e aconchega, os tons do rio(ora verde,ora prata,ora uma cor que só nele existe)e os cheiros que variam conforme a época do ano.
"Douro - Património da Humanidade" -título pomposo para um local que nasceu das entranhas da natureza mas também do suor do seu povo. Espero que consigamos pelo menos, tirar algum proveito desse título. Num outro post (menos sentimental) abordarei esse assunto.
Quem vai ao Douro leva o Douro nos olhos e no coração, disto tenho a certeza.