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Teorias

A Maria Papoila é a típica portuguesa, que tal como todos os bons portugueses tem sempre uma teoria acerca de tudo e de todos e não vê mal algum em impingir as suas opiniões aos mais desprevenidos...

quarta-feira, março 04, 2009

Sobreendividamento
A DECO já alertou há muito tempo para o problema grave de sobreendividamento dos portugueses. Infelizmente, a Papoila conhece alguns casos e em nenhum deles existe o problema do desemprego.
Como “nasce” um sobreendividado? - Esqueçamos por agora, os desempregados.

Na maioria das vezes, tudo começa com a compra de casa a crédito: o ordenado não é muito, mas se pagamos uma renda, porque não pagar o empréstimo ao banco de uma coisa que pode vir a ser nossa? Pelo caminho, talvez seja boa ideia pedir um empréstimo um pouco acima do custo da casa e sempre podemos comprar um carrito novo.
Depois de feitas as contas o ordenado é suficiente para pagar o empréstimo e chegar ao fim do mês sem passar fome...
Comprada a casa, são precisos uns móveis, por isso vamos à Moviflor, que aquilo anuncia ser barato e vende a crédito por 10 meses sem juros.
É claro que não podemos esquecer de pagar o condomínio e o seguro do carro, o selo de circulação do dito, os pneus, a gasolina, as contas da água, do gás, da Tvcabo, da Net e da EDP.

“É preciso encher a despensa.”

Vamos ao Jumbo, onde nos propõem a assinatura do cartão Jumbo, o que facilita as coisas, já que este mês gastámos tanto, podemos pagar a mercearia no mês que vem e talvez até comprar aquele scanner, que está barato!
Agora estamos a chegar à Primavera e é preciso pensar no vestuário. Algumas pessoas só precisam de um par de sapatos e de umas calças, nada demais. Outras habituaram-se a “vestir bem” (porque é claro que não vão fazer má figura lá no escritório), então lá vamos nós a uns armazéns que têm de tudo e de todas as marcas. Por acaso até disponibilizam cartão de cliente, a que podemos facilmente aderir, e vamos pagando, em suaves prestações, os 3 pares de sapatos, os 2 pares de ténis, os jeans Cavalli, o blazer Channel, a mala Burberrys e os 4 cintos D&G.

“Espero que não haja nenhum imprevisto.”

Se por acaso, ao longo do mês precisarmos de mais alguma coisa, ou tivermos algum imprevisto, sempre podemos utilizar aquele cartão de crédito que tivemos de subscrever no banco, quando fomos fazer o empréstimo da casa.

“Ando a dormir mal, (não sei porquê) preciso de férias.”

E as férias? Que estupidez, não é preciso preocuparmo-nos! Todas as agências de viagens têm férias a crédito!

“Os juros vão subir...”

E se fossemos ao banco propor o aumento do crédito à habitação de 30 para 40 anos?

“Deus me conserve o emprego...”

-A tentação do crédito é perigosa, mas a tendência consumista que nos últimos anos atravessa Portugal é ainda mais nociva.
Cuidado, muito cuidado, não queiram fazer parte das estatísticas da DECO, nem da lista negra do Banco da Portugal!