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Teorias

A Maria Papoila é a típica portuguesa, que tal como todos os bons portugueses tem sempre uma teoria acerca de tudo e de todos e não vê mal algum em impingir as suas opiniões aos mais desprevenidos...

terça-feira, dezembro 11, 2007

Um outro Natal

Como quase toda a gente, a Papoila gosta do Natal. Gosto do arroz de polvo e da açorda de bacalhau que a minha mãe e a minha avó fazem na noite da consoada. Gosto da balbúrdia que eu e a minhas primas e todas as mulheres da casa fazem, ao longo da noite. Gosto de ver o meu avô a tentar perceber aquilo que dizemos enquanto falamos todas ao mesmo tempo, enquanto abana a cabeça e diz”não percebo nada”. Gosto da casa decorada e das músicas natalícias. Gosto do dia 25, em que nos sentamos em volta da mesa, enquanto a lareira torna o ambiente realmente quente e jogamos uma coisa qualquer. Gosto dos familiares e amigos que todos os anos passam por lá, a meio da tarde, para trocar presentes e carinho. Aquilo que eu não gosto é de comprar presentes por obrigação. Cada vez mais acho um disparate a corrida às compras, de lista na mão, a tentar descobrir para quem ainda não se compraram presentes. Eu gosto de oferecer presentes, mas a verdade é que “comprar por atacado” me cansa e me faz sentir que aquele presente de natal, comprado entre tantos outros, não tem o mesmo valor.
Aqui há dias ouvi uma pessoa de uma família muito grande dizer que antes do natal tiravam à sorte para ver quem oferecia presentes a quem. Pareceu-me bem! Cada um de nós ter um familiar específico a quem oferecer um presente, que vamos poder escolher com calma e carinho, em vez de corrermos para todas as lojas, envolvidos numa euforia consumista cada vez mais sem sentido. Neste século em que tudo dura um segundo, em que tudo é instantâneo, não fará sentido viver um Natal à moda antiga? Como os do tempo em que os recursos eram poucos e toda a gente ficava contente por receber umas meias novas, ou umas luvas quentinhas, tricotadas pela avó? Não estaremos na altura de dar a volta a isto e viver o Natal de forma humilde, gastando o nosso dinheiro com aqueles que mais precisam, em vez de oferecermos algo quase inútil àquela pessoa da família que já tem tudo?
Há 2000 anos, nasceu um menino numa manjedoura. Um menino pobre que veio ensinar o que é o amor e a caridade. Três reis levaram-lhe presentes e só um deles lhe levou ouro, os outros levaram incenso e mirra (seja lá isso o que for). E se neste Natal pensássemos mais nos outros, naqueles que estarão lá fora, ao frio e sozinhos? E se neste Natal oferecêssemos presentes a um desconhecido, será que mudaríamos o mundo? Mudaríamos! Pelo menos o mundo daquela pessoa…
Feliz Natal!

9 Comments:

  • At 11/12/07 11:23, Blogger Marta said…

    Eu tenho uma familia grande e optámos pelo amigo oculto!
    Cada um de nós tira à sorte e só oeferece uma prenda a uma unica pessoa num valor estipulado entre todos!
    A pessoa que recebe não sabe quem lhe dá e terá que adivinhar por pistas quando receber!
    Em vez de comprarmos 400 prendas, gastarmos um balurdio e passarmos a noite a desmbrulhar presentes, esmera-mo-nos em oferecer algo que sabemos que a pessoa queira e passamos a noite de natal a cantar e a conviver mais em familia!

     
  • At 11/12/07 11:25, Blogger Marta said…

    Miudos à parte, claro!

     
  • At 11/12/07 11:42, Blogger Maria Papoila said…

    Marta!

    Parabéns! Belíssima família que tu tens!
    Era mesmo aí que eu queria chegar. O Natal dos presentes é para as crianças!
    Beijo natalício.

     
  • At 11/12/07 11:57, Blogger Luazinha said…

    E vivam elas!!
    Tens um presente no meu cantinho!
    Kiss

     
  • At 11/12/07 16:46, Blogger S. said…

    Na minha família, já há anos que se fala em só se ofecrecer presentes às crianças... mas ninguém tem a coragem necessária para avançar realmente com a ideia... pode ser que com mais uns "rebentos" se rendam às evidências... Feliz Natal para ti tb, Papoila!

     
  • At 12/12/07 09:22, Blogger Hélder said…

    Miúdos à parte, eu só dou prendas a alguns, todos especiais. Os outros recebem um telefonema meu.

    Se eu já faço as minhas compras à última, imagina se eu comprasse para muitos!

     
  • At 14/12/07 00:19, Blogger carmuue said…

    "mirra (seja lá isso o que for)"
    ahahahah!

    uma boa alternativa é oferecer cabazes do comércio justo! ;)
    toca a passar nas lojas!!!!

    já agora, como eu sou a pelintra da família, tive uma ideia,nâo podendo oferecer aquilo que eu gostaria, vou fazer um postal personalizado com uma imagem/frase/alusão ao que seria a prenda. ex.: Pai, se pudesse dava-te um GPS para poderes andar com ele no carro(recortar e colar imagem do modelo em questão), assim podias gabar.te a toda a gente que não o usas pk não precisas dele, afinal, nunca te perdeste na vida!
    O resultado será ou umas cachaçadas ou umas boas gargalhadas e como eu me esquivo muito bem de umas e sou uma excelente companheira para as outras, penso que tudo correrá pelo melhor!lol

     
  • At 14/12/07 16:21, Blogger Pitucha said…

    Todos os Natais, mas todos, se ouve falar deste problema! Se ainda não se resolveu, é porque não querem fazê-lo!
    Eu só dou prendas a quem quero dar! E quem ficar aborrecido, paciência!
    Beijos

     
  • At 17/12/07 19:20, Blogger Cati said…

    Eu só ofereço presentes a quem me é próximo. Compro o que posso comprar com o meu orçamento. Tenho prazer em percorrer as lojas em busca do presente que vai arrancar aquele sorriso...
    Faz parte da magia do meu natal.
    Adorei a maneira como descreveste o teu natal - muito parecido com o que eu vivia quando era miúda na terra dos meus pais e do qual guardo nostálgicas saudades...

    E já agora...
    A mirra é uma resina proveniente de uma árvore com o mesmo nome. Era muito comercializada no tempo em que Jesus nasceu. Ouro, incenso e mirra simbolizam as riquezas orientais, e sendo Jesus anunciado como um rei, os Reis Magos quiseram levar-lhe o melhor!

    Um big kiss!!!

     

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