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Teorias

A Maria Papoila é a típica portuguesa, que tal como todos os bons portugueses tem sempre uma teoria acerca de tudo e de todos e não vê mal algum em impingir as suas opiniões aos mais desprevenidos...

terça-feira, outubro 11, 2005

"Politiqueiros"

Há alguns dias, numa palestra, ouvi o Professor Marcelo Rebelo de Sousa dizer que a classe política do nosso país está a precisar de renovação, já que os políticos de hoje são quase todos os mesmos do 25 de Abril de 74.
Concordo com o professor, que nessa palestra falou de Portugal sem se deixar cair na sua própria ideologia e foi isento como nunca o tinha visto ser. Dou um exemplo: deixou várias indirectas à idade do candidato Mário Soares, mas por outro lado relembrou alguns dos feitos levados a cabo pelo mesmo político há uns anos atrás.

Este ano de 2005, já no seu último trimestre, fica na história como um ano recheado de instabilidade política, entre outras, e povoado de eleições. Eleições a mais, diria eu.

A afirmação do professor Marcelo é importante e deve, perante a actualidade política, despoletar diversos raciocínios .
A primeira coisa que me veio à cabeça foi que falar é fácil. O difícil será um jovem cheio de ideais conseguir sequer ser levado a sério dentro da máquina de qualquer partido. Não sejamos ingénuos e chamemos as coisas pelos nomes: todos sabemos o rol de interesses que polulam estas instituições “democráticas” e sabemos também que ou entramos no jogo ou somos excluídos à partida. Assim, ou alinhamos ou passamos a ser uns párias.
O meu próximo raciocínio tem a haver directamente com as autárquicas e é um pouco longo, mas vou tentar aqui resumi-lo:

1º Há gente que está à frente das autarquias desde a revolução de Abril. Serão assim tão bons, ou os interesses e os lobbies criados são assim tão fortes? Neste ponto, só posso concordar com a nova lei que limita a 2 mandatos seguidos o “reinado” dos Presidentes de Câmara ( é assim com o Presidente da Republica) .

2º O fenómeno dos autarcas condenados, investigados e indiciados.
Depois de assistir à explosão de alegria em Felgueiras e à euforia descontrolada em Gondomar, só posso deduzir uma coisa: o povo português já sabe que existem poucas probabilidades de encontrar um político realmente sério e assim, ladrão por ladrão, que fiquem os que cá estão, pois apesar dos defeitos, sempre vão fazendo pela terra.

3º O país atravessa uma crise sem precedentes e os políticos entretêm-se (e entretêm-nos) a discutir se esta é uma nova sessão legislativa, se o maior ou menor número de Câmaras Municipais dão ou não uma vitória a determinado partido. Enfim, atiram-nos areia para os olhos e nós deixamos.

4º A ditadura na Madeira.
Pergunto eu: aquilo sempre é território português ou o Continente limita-se a financiá-los? É que o Sr. Jardim diz à descarada que no dinheiro da Região manda ele e se quiser, não financia as Câmaras que “calhem em má sorte” a outro partido que não o seu! Isto não é ditadura?

A propósito da afirmação do professor Marcelo, outros raciocínios podem e devem surgir. Eu acrescentaria que além de políticos novos, o mais importante é que sejam competentes e honestos.
É preciso renovar os políticos, ou como dizia o meu tio em tarde de autárquicas, “levá-los todos para as Berlengas e fazer uma criação de tubarões à volta”.