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Teorias

A Maria Papoila é a típica portuguesa, que tal como todos os bons portugueses tem sempre uma teoria acerca de tudo e de todos e não vê mal algum em impingir as suas opiniões aos mais desprevenidos...

sexta-feira, setembro 23, 2005

Potencial

Quando a Papoila visitou o Brasil ficou surpreendida com aquelas terras e por várias vezes pensou que parecia impossível que um país com tantas riquezas naturais fosse tão pobre. Porquê que aquele povo não aproveitava as potencialidades do seu país?
E tive de fazer um paralelismo.
Porquê que os Portugueses não exploram o seu potencial individual e colectivo?

Antes que os cépticos desatem a rir, permitam-me explicar:

Podemos dizer com amargura que a nossa indústria está na sua maioria a anos-luz da indústria mundial, mas se tantas vezes se diz que somos um país de inventores, por que raio havemos de produzir os nossos inventos no estrangeiro? Que tal sermos aventureiros e começarmos nós próprios a investir nas nossas ideias?

Desde criança que ouço classificar os nossos sapatos e têxteis como sendo os melhores do mundo. Se isto é verdade, porque raio insistem os nossos fabricantes em competir com os produtos vindos da China? Façam o favor de começar a produzir produtos de qualidade superior, de luxo! O mercado dos produtos de luxo não entra em crise...

Num mundo em que cada vez mais as pessoas temem pela qualidade dos produtos alimentares, que tal dar a conhecer ao mundo a qualidade e o sabor dos produtos biológicos produzidos em Portugal? Senhores agricultores, esqueçam o individualismo e unam-se em cooperativas.

Somos conhecidos pelo nosso clima? Os ricaços dos nórdicos não precisam de sair da Europa para apanhar sol, basta-lhes vir até Portugal! Devemos mostrar-lhes que o nosso país não é só o Algarve e fazê-los andar por aí, de Norte a Sul, a gastar dinheiro.

Temos muitos imigrantes ilegais? Vamos legalizá-los e pô-los a pagar impostos. Eles adquirem direitos e o Estado adquire euros.

Há muitos bares de alterne, bordéis cheios de lindas russas e brasileiras?
Esqueçamos os falsos pudores e legalize-se a mais velha profissão do mundo!
Alguém fica assim tão incomodado com a “Red Light” na Holanda?
Sejamos realistas: sexo é negócio e muito lucrativo!

Temos casinos e ainda vamos ter mais. Um casino não pode viver apenas dos tristes jogadores nacionais! Senhores empresários, invistam no glamour: há sempre uma estrela de Hollywood a precisar de voltar à ribalta e disposta a vender o vosso produto. O Mónaco apostou no glamour e saíu do buraco.

Se as nossas praias são maravilhosas, porque não torná-las ainda mais apetecíveis criando condições além das exigidas para conseguir bandeira azul?

Uma vez no estrangeiro, os portugueses são vistos como gente trabalhadora. Será que só cá ficaram os preguiçosos? Que cada um de nós cumpra todos os dias com as suas tarefas e ainda lhes acrescente algo mais.

Falemos da cozinha portuguesa que tantas vezes é classificada como sendo das melhores do mundo. Porque raio começaram os nossos restaurantes a servir “Magret au Canard” se o nosso pato recheado é mais saboroso?
Depois destes exemplos, só quero lembrar que o nosso maior potencial está na afabilidade e nas ideias. Que cada português ponha a imaginação a funcionar para além do desenrascanço.

Empreendedorismo é preciso!

quarta-feira, setembro 07, 2005

Mentira

Desde pequenos ouvimos dizer que “mentir é feio”, mas a verdade é que quase todos nós já mentimos pelo menos uma vez na nossa vida adulta.
Se olharmos com atenção, podemos ver que a mentira está instalada e que o nosso país, como tantos outros, vive na mentira. Não falo só das mentiras da classe política, falo das mentiras de todos nós.

Há quem “meta baixa” sem estar doente, só porque precisa dos dias e não quer gastar as férias.
Há quem receba subsídio de desemprego, mas já esteja a trabalhar.
Há quem diga que um iogurte é light só porque tem menos 1% de gordura do que a versão normal.
Há quem diga que o nosso carro precisa de uma revisão sem precisar.
Há quem se afirme amigo sem o ser.
Há também quem pareça ser aquilo que não é e quem gaste aquilo que não tem.
Há pessoas que dormem mais meia hora de manhã e depois atribuam os atrasos ao “trânsito infernal”.
Muitos declaram menos rendimentos do que aqueles que realmente auferem.

Podia continuar com os exemplos de mentiras quotidianas, mas julgo que os que acabei de dar serão suficientes para que possamos dar-nos conta da quantidade de mentiras que nos rodeiam e que diariamente produzimos e ajudamos a produzir.
Serão todas mentirinhas inofensivas, que não prejudicam ninguém? É importante pensar nisto. Até onde pode chegar uma sociedade assente na mentira? Não será a mentira uma das grandes responsáveis pelo estado a que Portugal chegou? Quanto tempo mais vamos continuar com as nossas mentirazitas?
Quantas vezes mais vamos deixar que nos mintam?

terça-feira, setembro 06, 2005

A arder

Tinha prometido a mim mesma que não falaria no assunto, mas aqui vai uma curta.
Já li e ouvi todas as críticas, todas as desculpas, todas as opiniões e todos os queixumes.
Reparei que tudo o que li e ouvi é exactamente igual a tudo o que se disse no ano passado e nos anos anteriores. Isto apesar de o governo ser outro, alguns dos comentadores serem diferentes e de os atingidos serem de outros lugares.
Conclui que enquanto se falar, pensar e agir da mesma forma, ano após ano, o país vai continuar a arder no próximo Verão.
Fala-se agora na construção de aviões e numa frota especializada em extinção de incêndios florestais.
Fica a questão: para quando a prevenção a sério?

segunda-feira, setembro 05, 2005

Silly Season

Acabaram-se as férias...
Em tempo de férias, a Papoila leu tudo o que lhe veio parar à mão, incluindo “imprensa cor–de- rosa”. Assim, fiquei a saber de assuntos vitais para o país: a filha da Cinha Jardim concorreu à faculdade, o Dr. Tallon vai casar de novo com uma mulher mais jovem, a ex-mulher do João Pinto anda a sair com um homem casado e a Marisa Cruz está a dias de dar à luz.
Estes são alguns exemplos das ditas “notícias” que proliferam na imprensa nacional. São o espelho da nossa sociedade: fala-se da vida dos outros mesmo quando não há nada para falar, admiram-se pessoas que nunca fizeram mais nada para além de aparecerem em revistas e cultiva-se a inveja, o aparato e a especulação.
Os assuntos realmente importantes ficam esquecidos e por discutir.
O que se pretende com estas reportagens? Hipnotizar o povo com o falso glamour de um jetset que nem sequer existe? Desviar as atenções dos verdadeiros problemas? Contribuir para a ignorância generalizada? Ou de forma inocente e sem qualquer outra intenção fazer simplesmente sonhar?
Este género de publicações chega a ser insultuoso para a nossa inteligência (excepto quando trazem um SU DOKU como apêndice) .
Assim, para não lhes dar hipótese de voltarem a insultar os meus neurónios, vou fugir deste tipo de imprensa, até mesmo nas férias!
Um bom ano de trabalho para todos!