Casamento e adopção
O assunto está na ordem do dia e a Papoila já há muito tempo tem uma opinião formada sobre a questão
É uma opinião que choca muita gente, incluindo pessoas da minha idade e criadas em países supostamente mais avançados do que o nosso a nível das mentalidades, mas cá vai.
A homossexualidade não é uma doença, é uma opção e uma forma “diferente” de amar.
É claro que no mundo homossexual há muita perversão, mas também é verdade que no mundo heterossexual a perversão é por vezes ainda pior. Por mim, cada um pode ser pervertido quanto quiser, desde que não afectem os direitos dos outros.
Quanto ao casamento entre homossexuais, tenho de dizer que sou a favor do casamento civil, não na igreja, já que isso implicaria mexer com as crenças e a fé das pessoas.
O casamento civil não passa de um contrato de Direito Civil, e se vivemos num estado laico, porque raio há-de o Direito(supostamente independente da Igreja) proibir o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo, se o artigo 13º, n.º2 da Constituição da República Portuguesa proíbe a discriminação com base no sexo e na orientação sexual?
A Constituição é a lei suprema do Estado, mas há quem consiga dar a volta e interpretar as coisas de modo a que um artigo do Código Civil( que refere o casamento entre duas pessoas de sexo diferente) se sobreponha à Lei Fundamental da Nação.
Leis à parte, parece-me que o Estado tenta “tapar o sol com a peneira”, ou seja, se o casamento homossexual for proibido, pode ser que “essa gente esquisita” deixe de se amar , de morar junta, de namorar, de viver!
A Homossexualidade sempre existiu e não é uma opção fácil, já que os homossexuais enfrentam a discriminação a muitos níveis. É preciso ter coragem para admitir que se é homossexual! Eu não teria essa coragem.
O amor entre duas pessoas do mesmo sexo não é um escândalo, é um facto da vida e da natureza, já que existem vários exemplos de comportamentos homossexuais no reino animal. Para quem não sabe, o Homem é um animal.
Quanto à adopção, todos sabemos que há bebés que são filhos biológicos de homossexuais e que são criados com duas mães ou dois pais sem que isso tenha influência nas suas futuras opções sexuais. Como qualquer pessoa informada sabe, ser homossexual é diferente de ser pedófilo. Grande parte dos homossexuais envolvidos em relações estáveis têm uma boa situação económica e muito amor para dar a crianças órfãs e desprotegidas. Para mim, a desculpa do trauma da criança que é “gozada” pelos colegas por ter dois pais, não pega. Deve ser pior o trauma da criança que não tem pais e que é ostracizada porque é o desgraçadinho que vive no refúgio porque ninguém a quis.
Podia continuar a enumerar as razões do meu voto favorável ao casamento e à adopção por parte dos casais homossexuais, mas julgo que já deu para expor o meu ponto de vista. Sei que a minha opinião pode ferir susceptibilidades, mas também sei que há coisas muito mais graves com que nos preocuparmos, para além das opções sexuais deste ou daquele.
Que cada um de nós saiba viver a sua vida sem falsos moralismos. Isto é a vida como ela é.
É uma opinião que choca muita gente, incluindo pessoas da minha idade e criadas em países supostamente mais avançados do que o nosso a nível das mentalidades, mas cá vai.
A homossexualidade não é uma doença, é uma opção e uma forma “diferente” de amar.
É claro que no mundo homossexual há muita perversão, mas também é verdade que no mundo heterossexual a perversão é por vezes ainda pior. Por mim, cada um pode ser pervertido quanto quiser, desde que não afectem os direitos dos outros.
Quanto ao casamento entre homossexuais, tenho de dizer que sou a favor do casamento civil, não na igreja, já que isso implicaria mexer com as crenças e a fé das pessoas.
O casamento civil não passa de um contrato de Direito Civil, e se vivemos num estado laico, porque raio há-de o Direito(supostamente independente da Igreja) proibir o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo, se o artigo 13º, n.º2 da Constituição da República Portuguesa proíbe a discriminação com base no sexo e na orientação sexual?
A Constituição é a lei suprema do Estado, mas há quem consiga dar a volta e interpretar as coisas de modo a que um artigo do Código Civil( que refere o casamento entre duas pessoas de sexo diferente) se sobreponha à Lei Fundamental da Nação.
Leis à parte, parece-me que o Estado tenta “tapar o sol com a peneira”, ou seja, se o casamento homossexual for proibido, pode ser que “essa gente esquisita” deixe de se amar , de morar junta, de namorar, de viver!
A Homossexualidade sempre existiu e não é uma opção fácil, já que os homossexuais enfrentam a discriminação a muitos níveis. É preciso ter coragem para admitir que se é homossexual! Eu não teria essa coragem.
O amor entre duas pessoas do mesmo sexo não é um escândalo, é um facto da vida e da natureza, já que existem vários exemplos de comportamentos homossexuais no reino animal. Para quem não sabe, o Homem é um animal.
Quanto à adopção, todos sabemos que há bebés que são filhos biológicos de homossexuais e que são criados com duas mães ou dois pais sem que isso tenha influência nas suas futuras opções sexuais. Como qualquer pessoa informada sabe, ser homossexual é diferente de ser pedófilo. Grande parte dos homossexuais envolvidos em relações estáveis têm uma boa situação económica e muito amor para dar a crianças órfãs e desprotegidas. Para mim, a desculpa do trauma da criança que é “gozada” pelos colegas por ter dois pais, não pega. Deve ser pior o trauma da criança que não tem pais e que é ostracizada porque é o desgraçadinho que vive no refúgio porque ninguém a quis.
Podia continuar a enumerar as razões do meu voto favorável ao casamento e à adopção por parte dos casais homossexuais, mas julgo que já deu para expor o meu ponto de vista. Sei que a minha opinião pode ferir susceptibilidades, mas também sei que há coisas muito mais graves com que nos preocuparmos, para além das opções sexuais deste ou daquele.
Que cada um de nós saiba viver a sua vida sem falsos moralismos. Isto é a vida como ela é.
12 Comments:
At 1/2/06 19:19, Pé said…
Tocaste em pontos melindrosos, e na minha opinião muito bem. Acho que cada vez mais as pessoas tendem a ter um pensamento livre em relação a este tipo de coisas, ou não estivéssemos no sec XXI. Verdade que esta também pode ser uma ilusão minha, mas enfim.
Quanto ao casamento de casais homossexuais o que acho é que o Estado não deve descriminar ninguém pelas suas escolhas, desde, como tu dizes, as escolhas não afectem terceiros.
Agora, a minha questão é, duas pessoas que se gostam e estão juntas querem casar? Acho bem que o Estado legitime a união, agora a vontade dessas mesmas pessoas de verem a sua união reconhecida pelo Estado é que me faz confusão. AS pessoas deveriam querer a sua união reconhecida por elas próprias e pelas pessoas de quem gostam. Esta também uma opinião polémica.
Mas acho que sim, façam o que entendem. Eu sou pela liberdade.
Quanto à adopção deixo a minha opinião para outros comentários que este já vai longo!
At 1/2/06 21:34, Alberto Oliveira said…
... numa sociedade preconceituosa como é a nossa (não vale a pena iludir a realidade... )onde uma opinião frontal sobre temas que ultrapassam o quotidiano formal, pode valer a perda de um emprego ou a exclusão do tecido familiar, não é fácil... opinar.
No fundo, uma coisa que uma grande maioria de todos nós pretende (tu, a Pé e agora eu... )é que a liberdade de opções de vida não colida com a liberdade dos outros. Atingir esse desiderato, pode ser um sonho ou utopia, mas vale a pena pensar que é uma meta a atingir.
At 2/2/06 10:15, rps said…
Eu a Sofia e a Berta estamos juntos há dois anos e meio.
Somos muito felizes, embora sintamos o ostracismo, os olhares e comentários dos outros.
Em locais públicos, temos de nos conter nas manifesrações de carinho.
O nosso sonho era casarmos os três e termos filhos. Mas esta sociedade hipócrita nega-nos os direitos que a Constituição nos concede.
Este exemplo é totalmente fictício.
O meu ponto de vista coincide com o que o meu amigo Funes expressou no seu blogue em http://questao-dos-universais.blogspot.com/2006/02/do-casamento-homossexual.html#comments
At 2/2/06 14:52, António Conceição said…
O seu post, cara Maria Papoila, arranca de uma premissa incorrecta que vicia todo o seu raciocínio: a de que o casamento (enquanto contrato regulado pela lei civil) tem alguma coisa a ver com o amor ou com a afectividade.
Não tem.
At 3/2/06 01:29, Maria Papoila said…
Querida Pé:
Numa altura em que os casais heterossexuais preferem morar juntos a casar parece um pouco estranho que os homossexuais não se contentem com o mesmo, não é?
Mas sendo o casamento civil um contrato, porque é que os homossexuais não o podem realizar se quiserem?
Legível:
A mudança de mentalidades e de comportamentos pode levar a alterações no âmbito do direito, por isso, se todos trabalharmos para a mudança da sociedade, as leis também mudam.
Caro Funes:
A seguinte frase é um excerto do início do meu post:
"O casamento civil não passa de um contrato de Direito Civil, e se vivemos num estado laico, porque raio há-de o Direito(supostamente independente da Igreja) proibir o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo..."
At 3/2/06 15:11, Pé said…
Sim acho que eles devem poder realizar o tal contrato. Tens razão...enfim, este assunto dá pano para mangas!
At 4/2/06 17:02, António Conceição said…
Maria Papoila,
Eu não disse que era contra a possibilidade de homossexuais celebrarem casamentos. Eu limitei-me a não perceber, porque é que há gente que faz tanta questão em lhes facultar a celebração desse contrato, quando, de um modo geral, essa gente é contra o casamento de heterossexuais e considera o casamento uma instituição decadente e retrógrada.
Mas, já agora, deixe-me dizer-lhe que a questão me parece de natureza essencialmente linguística e, nessa medida, juridicamente irrelevante.
Vejamos: tradicionalmente, o casamento é uma instituição ligada à geração e educação dos filhos.
Este objectivo está, naturalmente, excluído da relação homossexual.
A questão reduz-se então a saber se os homossexuais poderão celebrar um contrato com dterminados efeitos pessais (dever de fidelidade, p. ex.) e patrimoniais.
Não vejo nenhuma objecção a que isso possa ser feito. E é-me completamente indiferente que a esse contrato se chame casamento ou se dê outro nome qualquer.
At 6/2/06 21:57, Maria Papoila said…
Caro Funes:
Espero que tenha tido oportunidade de ouvir o que Marcelo Rebelo de Sousa disse na RTP, no Domingo à noite sobre esta questão do casamento (or what ever)entre homossexuais. O professor Marcelo às vezes acerta.
Ele, você e eu, já somos três pessoas que rejeitam a homofobia.Conheço algumas pessoas que se pronunciam contra o casamento dos homossexuais fazendo-o apenas por questões religiosas, escondendo-se atrás da desculpa de que "não está previsto no direito". Há ainda muita gente por este país fora que defende que os homossexuais "deviam ser mortos", entre outras preciosidades que a decência não me permite aqui descrever.
É claro que não é uma lei que vai mudar as mentalidades, somos todos nós, junto dos que nos são próximos.
Um abraço.
P.S.: é muito interessante partilhar ideias consigo.
At 8/2/06 04:18, Filipe said…
cara maria papoila, queria apenas fazer-lhe um reparo. Quando diz:
"A homossexualidade não é uma doença, é uma opção e uma forma “diferente” de amar."
Fala em opção, mas os homosexuais não fizeram opção nenhuma, a homosexualidade não é uma orientação sexual que se escolhe, é uam orientação sexual que se tem. Por isso não fale em opção mas sim em orientação ;)
At 16/2/06 12:50, Mónica said…
tens cá umas teorias... e não venhas dizer que são de uma qq portuguesa maria papoila!
concordo com tudo e é que eu não sou maria papoila, lol sou a tia semcantigas!
hehehehe
(mas n levanto bandeiras, eles que se desemmerdem, que dêem o corpo ao manifesto, que lutem pelo que acham que têm direito... preocupa-me mais os direitos fininhos e simples do deficientes... rampas, sinais, etc etc)
At 16/2/06 12:50, Mónica said…
rps! que deslumbramento! estou curiosa mas cheia de medo....
At 27/2/09 10:36, Heresias said…
Olá Maria Papoila.
Junto a minha à sua voz e já agora digo que mandei post sobre o assunto, a 27 de Janeiro último , intitulado Bons ventos e bons casamentos (inspirado no ditado sobre o espanhóis).
Saudações
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