Função Pública
O Manuel sempre foi muito activo e trabalhador. De tal forma, que quando surgiu um concurso para a função pública um dos professores da faculdade sugeriu-lhe que concorresse. O Manel ficou com o emprego.
Alguns meses depois, recebeu um telefonema do professor que lhe tinha sugerido o emprego. O professor aconselhou-o a trabalhar menos. É que os colegas de trabalho não andavam satisfeitos, já que o Manel, para poder dar andamento aos projectos que lhe cabiam, insistia que se trabalhasse mais e melhor.
Então o Manel, a trabalhar a recibos verdes, passou a fazer o seu trabalho a 50%.
Dois meses depois, novo telefonema do professor: “Manel, ligo-lhe de novo porque gosto de si, porque acredito na sua capacidade de trabalho e quero dar-lhe um conselho, por favor aceite. No geral as pessoas estão satisfeitas com o seu trabalho, mas você continua a trabalhar demais. Abrande, homem! Se passou a trabalhar 50%, isso ainda é demais. Trabalhe 20%, e aproveite o resto do seu tempo para estudar, ou para trabalhar para si. Aproveite os recursos do seu local de emprego, a Internet, o telefone, o gabinete! Está na função pública, relaxe!”
O Manuel desligou o telefone agradecendo o aviso do professor.*
O Manuel nem queria acreditar no que tinha ouvido…
Estamos em Portugal, no ano de 2006 e os funcionários públicos andam indignados porque o governo insinua que são preguiçosos e não produzem.
Terão razão? Claro que sim, mas muito poucos. A maioria ainda é do tempo em que um emprego na função pública significava ordenado certo até à idade da reforma, regalias sociais e pouco trabalho, porque o Estado é um patrão ausente da sua loja.
Em todas as profissões existem maus profissionais, mas no caso da nossa administração pública, poucos são os verdadeiramente competentes e produtivos.
Melhores dias virão: os novos funcionários públicos terão grandes dificuldades em “entrar para os quadros” e as regalias serão iguais às de qualquer outro trabalhador.
É pena, agora que começam a chegar pessoas à altura das funções é que as condições de trabalho equivalem àquilo que é considerado “normal”.
Ir trabalhar para a função pública costumava ser um bom emprego…
*Esta história é verdadeira em tudo, excepto no que diz respeito ao nome do indivíduo envolvido.
Alguns meses depois, recebeu um telefonema do professor que lhe tinha sugerido o emprego. O professor aconselhou-o a trabalhar menos. É que os colegas de trabalho não andavam satisfeitos, já que o Manel, para poder dar andamento aos projectos que lhe cabiam, insistia que se trabalhasse mais e melhor.
Então o Manel, a trabalhar a recibos verdes, passou a fazer o seu trabalho a 50%.
Dois meses depois, novo telefonema do professor: “Manel, ligo-lhe de novo porque gosto de si, porque acredito na sua capacidade de trabalho e quero dar-lhe um conselho, por favor aceite. No geral as pessoas estão satisfeitas com o seu trabalho, mas você continua a trabalhar demais. Abrande, homem! Se passou a trabalhar 50%, isso ainda é demais. Trabalhe 20%, e aproveite o resto do seu tempo para estudar, ou para trabalhar para si. Aproveite os recursos do seu local de emprego, a Internet, o telefone, o gabinete! Está na função pública, relaxe!”
O Manuel desligou o telefone agradecendo o aviso do professor.*
O Manuel nem queria acreditar no que tinha ouvido…
Estamos em Portugal, no ano de 2006 e os funcionários públicos andam indignados porque o governo insinua que são preguiçosos e não produzem.
Terão razão? Claro que sim, mas muito poucos. A maioria ainda é do tempo em que um emprego na função pública significava ordenado certo até à idade da reforma, regalias sociais e pouco trabalho, porque o Estado é um patrão ausente da sua loja.
Em todas as profissões existem maus profissionais, mas no caso da nossa administração pública, poucos são os verdadeiramente competentes e produtivos.
Melhores dias virão: os novos funcionários públicos terão grandes dificuldades em “entrar para os quadros” e as regalias serão iguais às de qualquer outro trabalhador.
É pena, agora que começam a chegar pessoas à altura das funções é que as condições de trabalho equivalem àquilo que é considerado “normal”.
Ir trabalhar para a função pública costumava ser um bom emprego…
*Esta história é verdadeira em tudo, excepto no que diz respeito ao nome do indivíduo envolvido.
5 Comments:
At 6/10/06 07:50, Pitucha said…
E é bastante extraordinário, como história!
Beijos
At 9/10/06 09:13, Alberto Oliveira said…
À revolução, o que sobrou em oásis sociais "para-o-dia-seguinte" (sempre bem-vindos por parte de quem antes era espoliado de uma vida digna)faltou em pedagogia do laboral.
Corrigir erros com trinta e dois anos de vida resulta nisto.
Óptima semana!
At 10/10/06 10:28, Obseervador said…
incrível de facto.
A história até me deixou entristecido por não ter aproveitado uma oportunidade na função pública.
É assim.
Bonita história.
Entretanto visitem o meu jornal.
Clique aqui para visitar o meu jornal. Abra o navegador em nova janela
At 10/10/06 10:34, Obseervador said…
Parabens pela escrita.
Tem uma escrita agradável..,escorreita...,que se lê bem.
Coloquei o seu blog na lista dos meus links
At 10/10/06 22:49, carmuue said…
curiosamente conheço uma história parecida... e aposto que não estamos a falar do mesmo "manel".
... o meu manel um dia apanhou um susto valente com o fumo que pairava na repartição e foi dar com os coleguinhas a assar frangos nas traseiras... sim, a assar frangos!
(pfffffff)
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