O tempo
A Ana entrou para a 1ª classe com apenas cinco anos. Para poder passar da 4ª classe com apenas 9 anos teve de fazer uma espécie de entrevista de maturidade.
Lembro-me dela pequenina, gordinha e de óculos graduados, com apenas 5 anos.
Fizemos juntas a escola primária, o preparatório e o secundário e ela acabou por ficar do meu tamanho. Ela foi para sul aprender a ser educadora de infância, eu fiquei no norte litoral a tirar o curso. Casou aos 22 ou 23 anos com o namorado de sempre. A pouco e pouco a vida separou-nos.
Este ano, alguns dias depois do meu aniversário recebi uma mensagem no meu telemóvel: “Parabéns Papoila! Espero que este ainda seja o teu número. Soube novidades tuas através de uma amiga e sei que estás bem! Costumas vir à nossa terra? Beijos.”
Então respondi:” Obrigada! É bom saber que os nossos velhos amigos estão sempre connosco de alguma forma. E tu, como vais? Já há bebés?”
Resposta: “Estou grávida de 9 semanas! Quando vieres visitar os teus pais liga-me, vamos tomar um café!”
Escrevi: “ Combinado! Adorava ver-te de barriga!”
A minha amiga Ana, grávida... E eu a imaginá-la ainda, sempre vivaça e descontraída, aquelas mãos gordinhas a escrever um artigo para o jornal da escola. O dia em que deixou de usar óculos e a adolescência, quando o corpo cheio deu lugar à elegância e às formas definidas. As covinhas no rosto, essas, nunca desapareceram.
Acho que na verdade não a quero ver de barriga. O tempo passa depressa demais...
De que falaríamos? Prefiro “passar em branco” a arriscar sair de junto dela com uma sensação de vazio, porque não tenho a certeza de que haverá algo para conversarmos para além da barriga proeminente dela.Talvez da professora da primária que nos adorava e a quem servíamos de mascotes, as duas. Será? Gostava de a ver, pode ser que a encontre por acaso na rua, junto ao Douro.
Lembro-me dela pequenina, gordinha e de óculos graduados, com apenas 5 anos.
Fizemos juntas a escola primária, o preparatório e o secundário e ela acabou por ficar do meu tamanho. Ela foi para sul aprender a ser educadora de infância, eu fiquei no norte litoral a tirar o curso. Casou aos 22 ou 23 anos com o namorado de sempre. A pouco e pouco a vida separou-nos.
Este ano, alguns dias depois do meu aniversário recebi uma mensagem no meu telemóvel: “Parabéns Papoila! Espero que este ainda seja o teu número. Soube novidades tuas através de uma amiga e sei que estás bem! Costumas vir à nossa terra? Beijos.”
Então respondi:” Obrigada! É bom saber que os nossos velhos amigos estão sempre connosco de alguma forma. E tu, como vais? Já há bebés?”
Resposta: “Estou grávida de 9 semanas! Quando vieres visitar os teus pais liga-me, vamos tomar um café!”
Escrevi: “ Combinado! Adorava ver-te de barriga!”
A minha amiga Ana, grávida... E eu a imaginá-la ainda, sempre vivaça e descontraída, aquelas mãos gordinhas a escrever um artigo para o jornal da escola. O dia em que deixou de usar óculos e a adolescência, quando o corpo cheio deu lugar à elegância e às formas definidas. As covinhas no rosto, essas, nunca desapareceram.
Acho que na verdade não a quero ver de barriga. O tempo passa depressa demais...
De que falaríamos? Prefiro “passar em branco” a arriscar sair de junto dela com uma sensação de vazio, porque não tenho a certeza de que haverá algo para conversarmos para além da barriga proeminente dela.Talvez da professora da primária que nos adorava e a quem servíamos de mascotes, as duas. Será? Gostava de a ver, pode ser que a encontre por acaso na rua, junto ao Douro.
1 Comments:
At 13/7/06 00:32, Elipse said…
passadas as circunstâncias que juntam as pessoas... o que resta?
gostei da cor da papoila. e das palavras ainda mais.
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