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Teorias

A Maria Papoila é a típica portuguesa, que tal como todos os bons portugueses tem sempre uma teoria acerca de tudo e de todos e não vê mal algum em impingir as suas opiniões aos mais desprevenidos...

quarta-feira, agosto 30, 2006

Óbidos

Há cerca de dois anos, estava de visita a Londres e os companheiros de viagem falavam dos próximos destinos a combinar, quando a Papoila disse: “O nosso próximo destino deve ser o nosso país. Como podemos dar-nos ao luxo de conhecer o estrangeiro sem conhecermos bem a nossa terra?”
Portugal tem lugares maravilhosos. Óbidos é um deles. Passei lá uma tarde, mas tenciono voltar.



Contornar a vila por cima da muralha, tal qual uma sentinela de outros tempos e lanchar numa tasquinha a fazer lembrar outras épocas, faz bem à alma.
Jantei na Pousada de Óbidos, inserida no castelo. Escolhi a mesa que é conhecida como “mesa da janela” cujo panorama é fantástico e que, para além de nos fazer sentir reis daquele castelo, transformaria num manjar o desgraçado do Bigmac. Os preços do restaurante são elevados, assim como os dos quartos, mas está sempre tudo esgotado!
Na minha opinião modesta, Óbidos começa a tornar-se um bom exemplo do que deveria ser o turismo em Portugal: aproveitar as riquezas históricas e naturais, mas também investir em eventos que tragam ainda mais visitantes ao local. Veja-se o Festival Internacional do Chocolate, a acontecer em Novembro, ou o Festival de Ópera, que decorreu na primeira quinzena de Agosto e que foi apresentado ao ar livre, tendo as muralhas como cenário.
A Maria Papoila deixou Óbidos cheia de orgulho e com uma garrafa de ginginha debaixo do braço. É bonito o meu país!

segunda-feira, agosto 28, 2006

Fim

As férias propriamente ditas acabaram.
Umas férias como outras quaisquer, em que a Papoila foi observando e ouvindo o que se passava à sua volta e descobria novos temas para debater no blog.
É aqui que surge o problema: a Maria Papoila não se lembra de um único tema dos que lhe foram surgindo ao longo das férias!! Parece que até os neurónios estavam de férias... É mesmo a silly season.
Em todos os cantinhos que visitei neste país, havia festa. Começo a considerar-me entendida em fogos de artifício e em bailaricos. Deve ser por isso que não me lembro daquilo que queria escrever porque, dizem os entendidos, deitar quando o dia amanhece não é bom para a memória.
Nos próximos dias talvez escreva sobre Óbidos, a Ericeira e o inevitável Douro.

sexta-feira, agosto 18, 2006

Férias



Hoje seria o meu primeiro dia de férias na praia. Ir até à Ericeira, comer umas gambas fritas e um ouriço e depois espalhar-me na areia a apanhar sol. Mas está frio e chove, nem parece Agosto... De qualquer das formas, vou de férias, curtas, mas férias. E o blog também vai (ou fica). Boas férias!

quinta-feira, agosto 10, 2006

Guerra

Acordei com a notícia de que a polícia inglesa descobriu vários planos para fazer explodir aviões. Neste momento, pelo mundo fora, centenas de voos foram cancelados.
Naqueles voos que ainda não foram cancelados, os passageiros não podem levar bagagem de mão e as coisas absolutamente necessárias têm de entrar no avião dentro de um saco plástico. Os boiões de comida para bebé terão de ser provados antes de entrar no avião, os relógios serão minuciosamente analisados ao raio-x e frascos com líquidos não poderão seguir.
As regras fazem lembrar aquelas a que um cidadão que visite uma cadeia terá de cumprir. Estarão os terroristas a aprisionar-nos no nosso próprio mundo? É o que parece.
O medo é uma poderosa arma. Para os mais distraídos, a Papoila alerta: estamos mesmo em período de guerra e não é só entre Israel e o Líbano. O mundo enfrenta um novo tipo de guerra, aquela em que a arma mais poderosa não é uma bomba nuclear, mas sim o medo.

segunda-feira, agosto 07, 2006

O Douro no Verão

A Maria Papoila já aqui disse que é uma apaixonada pelo Douro e que uma visita à região serve sempre para retemperar as forças.
Durante muitos anos, a Papoila nem queria saber do que se passava nas festas da cidade de Peso da Régua, por muitos escritores considerada a Princesa do Douro. Isso mudou há algum tempo atrás.
A Papoila levou alguns amigos de vários lugares, até às festas da Régua. É fantástico como os outros nos levam a apreciar aquilo que é nosso... Invariavelmente, os amigos gostam. Gostam da paisagem, do rio, do fogo de artifício, da noite de fados, do ambiente, das noites quentes e da alegria.
A Maria Papoila vai começar as férias no Douro.
Dia 11, Sexta-feira, vou assistir ao concerto de Rui Veloso.
Na noite de dia 12, quem apreciar o género, pode assistir ao desfile alegórico junto ao rio, mais conhecido por “Marcha Luminosa” (atenção: neste desfile participam sempre alguns grupos de samba. É que Ovar e a Régua são cidades geminadas...).
Dia 13, não posso perder os fados de Coimbra no escadório da Igreja Matriz e depois, sigo os fadistas até ao Eirô (local da cidade que faz lembrar o bairro alto) para, em ambiente de descontracção e até de madrugada, ouvir mais uns fados e beber um copo de vinho tinto.
Dia 14, depois de um baile e do tradicional arraial do Peso, fico pela zona mais antiga da cidade, onde, apartir das duas da manhã, as ruas estreitas se enchem de gente que espontaneamente vai fazendo a festa e as suas “palhaçadas” até ao nascer do sol.
Dia 15 à tarde, cumpro a tradição e vejo a procissão. Á noite, desço até à beira rio, onde para além do baile popular, posso frequentar uma série de bares e pubs muito agradáveis até à meia-noite, altura em que é lançado um maravilhoso espectáculo pirotécnico sobre o rio.
Dia 16, os verdadeiramente religiosos podem acompanhar de novo a procissão ao fim da tarde. Para terminar a festa, há um espectáculo surpresa por volta da meia-noite, mais uma vez, na zona do rio.
Como se vê, a animação decorre principalmente durante a noite. Aproveite-se o dia para dormir numa quinta, fazer uma prova de vinhos, ir a um restaurante recomendado por um amigo, comprar rebuçados da Régua, dar um passeio de barco rabelo ou de comboio a vapor e talvez um mergulho no rio.
Quem quer vir à Régua comigo?

sexta-feira, agosto 04, 2006

Mulheres

A Maria Papoila tem uma grande amiga que é uma boa profissional dentro da sua área.
Mas a amiga da Papoila, é também uma mulher charmosa e bonita.
A Ana (chamemos-lhe assim), tem uma profissão liberal, e com a crise económica as coisas não estão a correr muito bem. Sendo a Ana uma mulher de armas, faz quase tudo e contacta toda a gente para ter trabalho. Mas o charme da Ana acaba por lhe atrapalhar os planos profissionais, já que como sabemos, a maior parte do poder continua nas mãos dos homens. Muitas vezes, quando a Ana pensa estar numa reunião de trabalho, recebe propostas menos sérias de jantares à luz das velas, de festas a dois ou de fins de semana no Algarve. Normalmente são homens mais velhos. Então, a minha amiga tem de fazer de conta que não percebe as investidas, dar por terminada a reunião e nunca mais contactar aquele senhor “fulano de tal” porque ele só lhe dá trabalho se a Sr.ª Drª lhe der determinadas contrapartidas.
Em pleno século XXI uma mulher bonita, competente e honesta, tem mais dificuldade em trabalhar do que qualquer outra pessoa. Ou seja, a proclamada igualdade entre os sexos é puro engano.
“O que é que hei-de fazer?” – pergunta-me a Ana depois de mais uma reunião que acabou em proposta indecente.
“Tem calma, tudo há-de correr bem, os homens não são todos assim!” – respondo eu, sem saber se acredito nas minhas próprias palavras.
Será que aqueles senhores chegaram à posição que ocupam de uma forma completamente honesta? Desconfio que não. Quem é desonesto com tamanho descaramento já tem muita experiência no assunto.
A Maria Papoila deixa a pergunta: O que é que nós, mulheres, havemos de fazer?