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Teorias

A Maria Papoila é a típica portuguesa, que tal como todos os bons portugueses tem sempre uma teoria acerca de tudo e de todos e não vê mal algum em impingir as suas opiniões aos mais desprevenidos...

quarta-feira, julho 26, 2006

Tertúlia

Há sítios onde entramos e nos apetece ficar, porque lá dentro tudo é bom.
É maravilhoso estarmos num local que é quase um museu mas que ao mesmo tempo transpira juventude e criatividade.
O Tertúlia Castelense, no Castêlo da Maia, é um lugar assim. E há tão poucos!
Lá podemos encontrar cartazes da campanha eleitoral de Humberto Delgado, publicidade muito antiga de vinhos e cervejas, mesas que já foram máquinas de costura a pedal, cartões de associados da Associação Nacional para a Alegria no Trabalho e por aí fora. Mas o Tertúlia não é só um local onde até nas casas de banho existe arte. O Tertúlia tem também pessoas muito interessantes: poetas, músicos, actores ou pessoas que não sendo nenhuma destas coisas, adoram poesia, música, teatro e uma boa conversa em redor de uma garrafa de vinho tinto. No Tertúlia, o ambiente é dos mais saudáveis que conheço. Saio sempre de lá com a sensação de que a vida é muito boa!

segunda-feira, julho 24, 2006

Animais

Imagine-se a seguinte situação: depois das sete da tarde, alguém sai do emprego, mete-se no carro e minutos depois, já no meio do trânsito, decide parar porque ouve um miar constante e começa a procurar o “culpado” por toda a viatura, até concluir que no motor do carro está um gatinho pequenino.
O que fazer?
Primeiro vamos lá tentar tirar o gatinho, mas concluímos que não lhe chegamos, pelo que toca a pegar no “macaco” e levantar a viatura. Nem assim...
Começamos a pensar e decidimos ligar para a Sociedade Protectora dos Animais. Do outro lado dizem-nos que não recolhem animais, só ficam com eles se os formos lá levar... Então tentamos de novo tirar o gatinho, o que se torna difícil, porque para além de estarmos deitados no chão de barriga para o ar com um gato a soprar-nos a 15 cm dos olhos, não temos luvas nem sequer um casaco de mangas compridas.

A SPA tinha sugerido que ligássemos para o canil municipal e decidimos fazê-lo.
Do canil dizem que só recolhem animais mortos.
“Ok, então eu vou matar o gato e vocês vêm cá buscá-lo, tá?”

Esquecemos o canil e ligamos para os bombeiros, que vêm tirar bicho, mas é um serviço pago (até parece que o gatito nem é vadio), e depois os bombeiros nem o entregam em lado nenhum...
Solução: afastar do carro e esperar, com muita paciência, que o gatinho saia do motor em plena via panorâmica.


N.B.: Isto tudo aconteceu no Porto, na semana passada. A Maria Papoila não quis escrever sobre o assunto até hoje, porque senão, entre cada palavra acabaria por escrever um palavrão. Hoje, a Papoila conta, mas não comenta. Que cada um tire as suas conclusões!

quarta-feira, julho 19, 2006

Mário

PARABÉNS, pá!

segunda-feira, julho 17, 2006

Sucesso

Este fim de semana, a Papoila deparou-se com uma revista da qual constava uma entrevista com o Professor João Caramês, distinguido com um prémio da “New York College of Dentistry”. Questionado acerca das diferenças entre trabalhar em Lisboa e em Nova York, foi esta a resposta do ilustre Professor da Universidade de Lisboa:
“O problema que temos é o de haver uma falta de cultura de mérito. Muitas vezes acontece um nivelamento por baixo. Quem se afirma por fazer algo de diferente é muitas vezes visto como um alvo a abater. Os Estados Unidos desenvolveram-se muito por causa da cultura de mérito.
As pessoas trabalham por merecer aquilo que conseguem. Em Portugal, as mentalidades mudam, mas devagar. Precisamos de superar-nos nas nossas profissões. A cultura de êxito não pode acontecer só no futebol. Temos um país fantástico, uma grande cultura, só precisamos de nos aproveitarmos a nós próprios.”
Agora a Papoila tem algumas questões a fazer:
- Será cultura de mérito instituir como anti-pedagógicos os trabalhos de casa dos meninos da escola primária?
- Será cultura de mérito repetir os exames de Física e Química do 12º ano?
- E dar tudo aos adolescentes sem que estes nunca tenham sequer sabido o que é trabalhar, é cultura de mérito?
- Chamar “marrão” e coisas piores ao melhor aluno da turma, é cultura de mérito?
- Dar “rendimento mínimo garantido” (ou lá como se chama isso agora) a jovens e não lhes instituir obrigações para com a comunidade, é cultura de mérito?

A Papoila há-de ir a Lisboa conhecer o Professor João Caramês. Para além de estar a precisar de um implante dentário, gostava de ter a oportunidade de lhe dizer que realmente somos um país fantástico e só temos de começar a acreditar que cada um de nós também pode ser fantástico. Basta querer. Olhem o exemplo do próprio Professor!


Para ler a entrevista completa deste senhor, veja-se a revista "Focus" de 11/7/2006

domingo, julho 16, 2006

Eu gosto é do Verão!

Esta Papoila é uma Papoila tropical.
Não gosto, porque não me apetece gostar, do Inverno.
Podia agora aqui enumerar mil e uma razões para não gostar do Inverno, mas a minha principal razão é a mais óbvia: fica frio.
No Verão, o dia começa logo de forma diferente: não custa nada sair da cama, a gente toma um duche num instante e (pelo menos no meu caso) temos menos meia dúzia de peças de vestuário para enfiar. Assim, logo pela manhã perde-se menos tempo e sai-se de casa com menos tralha (vulgo guarda-chuva).
Se me apetecer fazer alguma coisa ao ar livre, faço e não tenho de pensar... na chuva!
Mas se há coisa que a Maria Papoila adora no Verão são os dias longos. Parece que temos mais tempo para fazer coisas.
No Verão, a Papoila, que trabalha a painéis solares, fica cheia de energia e produz muito mais que no Inverno. Mais trabalho, mais simpatia, mais tolerância, mais alegria.
Ontem (sábado) quase à meia-noite, a Papoila lembrou-se de dar um saltinho à Avenida Brasil para apanhar ar. Indo pela marginal, numa noite de Inverno, a Papoila demoraria menos de cinco minutos a lá chegar, mas mal se meteu na viatura, descobriu um trânsito digno da Avenida dos Aliados em dia de manifestação sindical. Ok, vamos então meter pela Diogo Botelho e chegamos lá em pouco tempo.
A Foz estava repleta de gente de todas as idades e todas as classes. O Verão deixa as pessoas mais soltas, mais predispostas a fazer amizades e a conversar com desconhecidos.
Pronto, eu sei que os países tropicais produzem menos, mas asseguro-vos que se existissem mais Papoilas a funcionar a painéis solares, tínhamos um PIB superior ao de um qualquer país nórdico.

quarta-feira, julho 12, 2006

O tempo

A Ana entrou para a 1ª classe com apenas cinco anos. Para poder passar da 4ª classe com apenas 9 anos teve de fazer uma espécie de entrevista de maturidade.
Lembro-me dela pequenina, gordinha e de óculos graduados, com apenas 5 anos.
Fizemos juntas a escola primária, o preparatório e o secundário e ela acabou por ficar do meu tamanho. Ela foi para sul aprender a ser educadora de infância, eu fiquei no norte litoral a tirar o curso. Casou aos 22 ou 23 anos com o namorado de sempre. A pouco e pouco a vida separou-nos.
Este ano, alguns dias depois do meu aniversário recebi uma mensagem no meu telemóvel: “Parabéns Papoila! Espero que este ainda seja o teu número. Soube novidades tuas através de uma amiga e sei que estás bem! Costumas vir à nossa terra? Beijos.”
Então respondi:” Obrigada! É bom saber que os nossos velhos amigos estão sempre connosco de alguma forma. E tu, como vais? Já há bebés?”
Resposta: “Estou grávida de 9 semanas! Quando vieres visitar os teus pais liga-me, vamos tomar um café!”
Escrevi: “ Combinado! Adorava ver-te de barriga!”
A minha amiga Ana, grávida... E eu a imaginá-la ainda, sempre vivaça e descontraída, aquelas mãos gordinhas a escrever um artigo para o jornal da escola. O dia em que deixou de usar óculos e a adolescência, quando o corpo cheio deu lugar à elegância e às formas definidas. As covinhas no rosto, essas, nunca desapareceram.
Acho que na verdade não a quero ver de barriga. O tempo passa depressa demais...
De que falaríamos? Prefiro “passar em branco” a arriscar sair de junto dela com uma sensação de vazio, porque não tenho a certeza de que haverá algo para conversarmos para além da barriga proeminente dela.Talvez da professora da primária que nos adorava e a quem servíamos de mascotes, as duas. Será? Gostava de a ver, pode ser que a encontre por acaso na rua, junto ao Douro.

segunda-feira, julho 10, 2006

Acreditar

A Foong Ming é uma rapariga nascida na Malásia e que actualmente está a fazer um doutoramento no Japão. No ano passado, veio visitar Portugal por altura das vindimas: cortou uvas, pisou-as, bebeu vinho da colheita anterior, comeu tripas e francesinhas e visitou vários recantos do nosso país. Acho que foi embora com um pouco de sangue português a correr-lhe nas veias...
No dia do jogo do mundial de futebol em que Portugal defrontou a frança, a Foong Ming pôs o despertador para as 4 horas da manhã e viu o jogo. Disse ela que ficou triste com o resultado, porque acreditava em Portugal. Pois, amiga, eu também fiquei triste.
A Papoila, ao contrário de milhares de portugueses, acredita sempre que é possível chegar mais longe e fazer mais e melhor. Seja na área científica, desportiva ou artística, a Papoila vibra, sempre que vê um compatriota destacar-se a nível mundial e também a nível nacional.
A Papoila gosta de ver que os portugueses começam a deixar de ter vergonha dos seus símbolos e de serem quem são.
Nesta altura em que o país se vestiu com as cores da bandeira surgiram os velhos-do-restelo-de-sempre a criticar o entusiasmo excessivo com um jogo de futebol. Será que se no dia em que Saramago ganhou o Prémio Nobel tivéssemos ido todos para a rua festejar, de bandeira em punho, nos tinha ficado mal? Não, pois não? E no dia em que Nuno Delgado ganhou uma medalha nos Olímpicos, porque raio não fomos para o meio do trânsito apitar e gastar combustível que nem uns loucos?
Foi preciso vir um seleccionador brasileiro para apelar ao nosso orgulho na pátria...

Deixo aqui um pedido, não só aos dirigentes do país, mas também aos “fazedores de opinião” e aos jornalistas: aproveitem esta vontade de ser português que o nosso povo tem, façam o favor de nos insuflar o ego, que bem estamos a precisar! Pelo caminho, aproveitem para instar cada um de nós a ir cada vez mais além e a fazer cada vez melhor todos os dias.
EU ACREDITO!




P.S.: Quanto aos velhos-do-restelo-de-sempre, gostava que me explicassem o porquê dessa resistência à euforia colectiva e ao orgulho nacional. É mania que os faz sentirem-se superiores intelectualmente, ou apenas porque gostam de ser do contra?

quarta-feira, julho 05, 2006

PORTUGAL